segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Chave Cósmica

ôô Ôoooo Ôoooo Ôooooo Ôoooo

tô na estrada da vida
onde o fim é não sei
de risos e de feridas
morte de alma sem lei
um sábio disse que alguém
guarda o mistério de tudo
do todo da metade
do buraco sem fundo

chave cósmica
dentro de mim
chave cósmica
dentro de ti
chave cósmica
dentro de mim
chave cósmica
dentro de ti

bati na porta Deus
vi muita coisa por lá
só que não me atendeu
do olho mágico céu
não há parede
nem fundo
nem começo
nem fim
só ir ao centro do universo
que ele está por ali

chave cósmica
dentro de mim
chave cósmica
dentro de ti
chave cósmica
dentro de mim
chave cósmica
dentro de ti

*letra- Lucas Anderson (Artesanato)

(11/08)

obrigado

obrigado minha irmãzinha
por lançar a isca do amor
na rede do oceano que me prende

como quem pesca um peixe
no desprendar da rede pula
na esperança de um grande em silêncio

obrigado maria cutia
pelo chamado do dia
bem te quero
eu ja sabia

oculto a graça
manifesto agora para prevalecer
para desfrutarmos a pureza
da alegria que é tua
e é minha
minha irmazinha

(11/08) gut0

domingo, 21 de setembro de 2008

Parabens Vitoria


Victória nasceu
Branca como leite de vaca
amamentando os seus
com sede de afago

Gorda
cresceu repentina feito bambu
fizestes balé e maracatu
sapateado e teatro

na ginástica olímpica
as pernas esticou
na cozinha com água de cuzcuz
as queimou
e a coluna hoje jaz tortemente erguida

Que ela se acha todo mundo sabe
se intromete onde não é chamada
achando que é a Rainha da Cocoda
a última bolacha do pacote
o piu piu do Frajolo
A espuminha do xixi
o cavalo branco de napoleão
o cacique da tribo

Vitória Victória Vitória
Eu lhe digo, já vencestes
por isso não ouça teus ouvidos
as vozes que calam o Espírito

Para o bem Vitória
Parabens!

Que o tempo lhe mostre a eternidade da vida

guto(09-2008)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

De volta a estaca

De volta á estaca zero
Do início como era aqui estou
Quando Adão acordou e disse Eu Sou..

quando me dei conta estagnei
perambulei
e isto é mediocridade e presunção

Pela estaca o homem fez a lança
e da lança a espada
e pela espada morreu
porque a justiça própria é falha e equivocada

da morte na cruz o pai fez o filho do homem
e o homem se fez luz
da fraqueza ao poder

guto ( 2008_)

sábado, 28 de junho de 2008

ateiam-me

Como poderia dizer-lhes
que quando o sino de minha sina tremeu
encarei castrado e encolhido
nu pelado sem casca

Regurgitei aquelas noites
por dias
dentro do meu cérebro
passivamente convulsivo.

divaguei por léguas a fio
e voltei no mesmo carretel
que me puxava
o mesmo número
como um dado viciado

A brincadeira se tornara uma piada perigosa e repugnante
havia muito envolvido
gente ansiosa esperando por mim
Eu, de tão confuso, nada sabia.
Talvez assinara um contrato desconhecido

O gongo em minha cabeça
ecoou como uma palma seca
a expandir no espaço

Quis deslizar feito algodão
embebido em álcool
mas murchei escrotamente

Quis desfazer-me desta película gosmenta
que me prende e me pertence
mas sua elasticidade atraente
assumia a forma que quisesse
depois retornando a sua composiçao
como um líquido viscoso

Veja que não faço milagres
e nem queria transpor o invisível
e inquietar teu sono.

Também não quero consolo.
Chances fracassadas por preguiça
padecem em justiça maior

Aquietei-me
enfim agora
esturriquei no sol
a faiscar fagulhas.

(06/2008) gut0

segunda-feira, 9 de junho de 2008

"a couraça das palavras protege nossos silêncios e esconde aquilo que somos". (Tiago de Mello)

quarta-feira, 14 de maio de 2008


De onde vem a inspiração?
Quando do invisivel ar
enxe o pulmão
de alegria e satisfação.

De onde vem a brisa
e os ventos alisos?
Ó leve brisa doce a soprar
em nossos ouvidos
melodias do fundo do mar.

De onde vem a exaltação?
De que fonte jorra o louvor
o simples resplendor
da contemplação.

De onde vem as águas claras do rio?
Dos vales estreitos do monte sombrio
guardadas em montanhas ocas.

Belos templos virgens
de lençóis férteis a brotar vida
silenciosamente

Vaso vazio que me criei
bebo destas águas
preencho-me com tua transparência
No Humilde aconchego
me desmancho na imensidão
de tua presença.


guto (05/2008)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Mae


Minha Mãe
Minha Mãezinha
Obrigada por ser a Rainha
que governa meu coração

Minha Mãe da Terra
que me dá a luz
o leite, o amor e o perdão
me pega no colo, aconselha
amamenta e consola a dor

Obrigado por nos alimentar
com este amor
o mais próximo de Deus

Mãe minha Mãezinha
Mãe das Águas Claras
Sua Pureza é a minha
Clareia minha alma Mãezinha
para estar junto a ti

Maria Santíssima
graças a Deus acolheu
nossas orações
pelo amor estrela guia
no caminho da Salvaçao

Minha Mãe Divina
Divina Mãe Criadora
Vós sois a bela intercessora
que nos leva ao Pai

Abençoe os filhos teu Mamãe
para sempre louvar a Deus

Amem Jesus Maria e Jose.


(gut0 - 5/2008)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Amamentar

Eu te Amo
admiro cada um de vocês
Eu amo a Vida

O Amor é a Verdade
O Amor não é seletivo
Não há separação nem individualidade
Não há posse
Não há pensamentos
O amor é a entrega total
Não há palavras que o declarem
Simplesmente O Amor É

Quando todas as cortinas se abrem
e o Sol resplandece
podemos ver a Luz
brilhando em nós mesmos

O Amor É a Luz
A Liberdade da Vida
A eterna dança enigmática
a harmonia da natureza
o louvor espontâneo

Assim seja
pois assim é
Amem

guto(5/2008)

segunda-feira, 14 de abril de 2008


O sol se foi
jaz outro dia anoitecido
e com ele os fracos
em busca de abrigo
.
O tédio e a indeferença reinam
no império involutivo
Não há mais nada guarnicido
nem espaço para gentileza.
.
Estamos quase mortos
sob a mira esvoaçante
de caminhos obscuros
.
Contornando as bordas
Nessa selva caótica
só a fúria sobrevive
.
guto (4/2008)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A descoberta de Sidarta [Buda] sobre a falácia do "eu" é simbolizada na história da destruição de Mara. Tradicionalmente chamado de o senhor maligno do reino do desejo, Mara não é nenhum outro a não ser o apego de Sidarta ao "eu".É adequado que Mara seja retratado como um guerreiro bonito e poderoso que nunca foi derrotado. Como Mara, o "eu" é poderoso e voraz, egocêntrico e traiçoeiro, sedento por atenção, esperto e vaidoso. É difícil lembrar que, como a ilusão do anel de fogo, o "eu" é algo montado, não existe independentemente e é suscetível à mudança.O hábito nos torna fracos contra o "eu". Mesmo hábitos simples são difíceis de serem eliminados. [...]Mas o hábito do eu não é um simples vício como fumar cigarros. Estamos viciados no eu desde tempos imemoriais. É como nos identificamos. É o que amamos com mais carinho. Também é o que odiamos mais duramente, às vezes. [...]Quase tudo que fazemos, pensamos ou temos, incluindo nosso caminho espiritual, é um meio para auto-afirmar sua existência. É o eu que teme o fracasso e deseja o sucesso, teme o inferno e deseja o paraíso.O eu tem nojo do sofrimento e ama as causas do sofrimento. Ele estupidamente trava guerras em nome da paz. Deseja a iluminação mas detesta o caminho para a iluminação. Deseja trabalhar como socialista mas vive como capitalista. Quando o eu sente-se só, deseja amizade. Sua possessividade em relação a quem ama se manifesta em paixão que pode levar à agressão.Seus supostos inimigos -- como caminhos espirituais arquitetados para derrotar o ego -- frequentemente são corrompidos e cooptados como aliados do eu. Sua habilidade em jogar o jogo do engano é quase perfeita. Ele tece um casulo em torno de si como um bicho da seda, mas diferentemente do bicho da seda, não sabe como encontrar a saída.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008






Acaro


Depois de um longo bocejo
os primeiros raios de sol
listrados em minha janela
realçam a poeira abafada

Os ácaros se amontoam
erguidos e acocorados no ar
prestes a dizerem bom dia
e pularem na imensidão
de meu cômodo

Cômodo
permaneço acomodado
na agonia do agora
na esperança
do nada
me levar em boa hora

Nenhuma novidade
tem os ácaros
a me contar
a não ser os seus próprios assuntos
de piadas internas de morimbundos
anônimos

Escovo o dento
com desdém
como se escovasse
um imprestável tênis velho e sujo

Perdido
já perdera toda a noção
da primeira pessoa
do que é ter noção
consciência
ou do nexo entre as coisas
causualidade

ou o que quer que seja, ou venha a ser.

Fugazmente
lembrara-se de seu entusiamo
de como custumava
entreter-se consigo mesmo

porém
rejeitara até
sua própria e mediocre alegria
de passar dias a fio
a tagalerar consigo mesmo

Estava fadado
subitamente
prestes a
nada.

Enclausurado passivamente
na agonia cômoda do agora
a escutar piadas infames
de ácaros e morimbundos anônimos

(1/2008) gut0