segunda-feira, 10 de setembro de 2018


Essas datas que remetem a ciclos
trazem inevitavelmente o peso do tempo.
Esse recurso escasso que faz a nossa vida tão rara.
Assim Deus fez para que ela seja motivo de graça e gratidão.

O tempo é implacável, não volta e deixa as suas marcas.
Traz a reflexão sobre infinitude humana.
Estamos sempre na tensão entre aquilo que nos tornamos
e aquilo que queremos realizar,
projetando e recicliando a nossa existência,
querendo completá-la com um sentido.

Diante disso, afaste toda a ansiedade.
Fortaleça a sua vontade e o seu espírito.
Abandone o que não te convém.
Tenha discernimento para se decidir
e viva intensamente a vida que você escolheu.
É simples.

O tempo ensina a ter confiança, ânimo e renovação constante.

É isso que desejo a todos.

Abração, fiquem com Deus!


"Há na vida momentos privilegiados nos quais parece que o Universo se ilumina, que nossa vida nos revela sua significação, que nós queremos o destino mesmo que nos coube, como se nós próprios o tivéssemos escolhido. Depois o Universo volta a fechar-se, tornamo-nos novamente solitários e miseráveis, já não caminhamos se não tateando por um caminho obscuro onde tudo se torna obstáculo a nossos passos. A sabedoria consiste em conservar a lembrança desses momentos fugidios, em saber faze-los reviver, em fazer deles a trama da nossa existência cotidiana e, por assim dizer, a morada habitual do nosso espírito.
(Louis Lavelle, Da Intimidade Espiritual, 1955)

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

MENSAGEM DE NATAL ANTECIPADA


Você não acredita em Deus,
simplesmente pelas canalhices pervertidas de religião?
-
Ou pelos entendimentos obtusos de um Zé Ninguém,
que fala bobagens com a Bíblia debaixo do braço?
-
Ou então por que não se adapta a um rito de uma certa igreja?
-
Antes de tudo, deixe-me dizer que Jesus não tem nada a ver com isso.
Acha que Deus se encerraria na limitação humana, em seus enganos?
-
Infelizmente, hoje no Brasil, o partidarismo está em voga.
As pessoas tem a tendência de pensar e falar a partir
de uma tomada de posição de opiniões pré-concebidas,
fazendo uso de idéias empacotadas de convencimento,
prontas para serem respondidas com aparente convicção;
mas sem possuir conscientização própria,
sem terem estudado seriamente o assunto,
e sem observar a sua própria realidade.
-
Essa praga do convencimento pelo convencimento está espalhado pelo espaço
e serve de adorno para quem quer apenas discutir e ter razão.
-
Palavras por palavras não trazem nada.
O significado interno que elas carregam
é o que pode causar o despertar para a realidade.
Isso depende da qualidade do significado do que é emitido,
e da qualidade de entendimento de quem as recebe.
-
Jesus simplesmente falou a Verdade.
Observe como o contexto da sua fala
aponta para as atitudes dos homens perante o sentido de suas vidas,
e de como a dinâmica das reações humanas,
ao entrar em contato com essa Verdade,
representam os nossos condicionamentos (em geral).
-
Deus existe como Verdade, como Amor, como sentido interno,
como fundamento que dá validade aos juízos,
e que ao mesmo tempo integram o ser humano e o transcende.
-
Basta ter a mente livre e aberta para se admirar com a imensidão da criação,
e perceber que ela é em certo grau cognoscível para nós humanos.
Mais admirável ainda é nascer envolto no mistério de ser criatura,
assombrar-se com a maravilha de um universo tão vasto e harmonioso.
-
Ao perceber verdades tão elevadas que transcendem o pensamento humano, e ainda assim, imerso em outros mais profundos mistérios;
só lhe resta algumas certezas fundamentais:
(1) existe algo;
(2) eu nasci no meio disso tudo;
(3) existe também algo/alguém maior e mais inteligente que Eu! 
-
O ser humano não pode ser validador de si mesmo,
porque ele não conhece a sua origem e não criou a si próprio
Ele já nasceu envolto em mistério e fazendo parte de um enredo maior,
o qual ele não sabe nem o início, nem o fim.
-
O Homem que não leva isso em conta,
que não se atenta ao sentido da vida e da verdade,
e quer trilhar o caminho a seu bel prazer (ou na ignorância de sua condição),
terá sua inteligência embotada e o seu valor desgastado..
-
Seres humanos querendo ou não,
criando a vanguarda, o renascimento, as revoltas dadaístas iluminadas,
estabelecendo dogmas ou filosofias...
Deus será sempre Deus.
Deus não se altera pelos pensamentos e caprichos humanos.
-
Grande abraço!!
-
(guto)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Alma

O frescor da vida que brota em nossa Alma
nos traz Leveza e Pureza
para Ser e Agradecer
Crescer no Mistério
Acreditar e Resplandescer

A Divina Graça vem como um alento da natureza
silenciosa e transparente
preenchendo em gratidão
e aprofundando no mistério

Não existe tempo para o Tédio
para quem tem imaginação fértil
Seus horizontes se expandem
além e além

Não existe espaço para distância e indiferença
quando se tem Bom Humor e Alegria
Logo se agrega em harmonia
desfazendo os grilhões do egoismo

Em tudo está o nosso olhar
o espelho de nossa alma interior
refletindo o nosso mundo.

A Transformação do nosso mundo
está no estabelecimento de um olhar
mais misericordioso e acolhedor

Que esses olhos de Boa Vontade
brilhem em ti e emanem todo o Poder
para criar Vida, Alegria e Salvação para todos os Seres.

terça-feira, 17 de março de 2015

Despreocupando...
Limpando o intermediário
entre a auto-imagem
e aquilo que se É.

(guto)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014



Todos os caminhos, exceto um, são maus para vós,
visto que todos se apartam da direção
onde se espera e se requer a vossa ação.
Não sejais infiel a Deus, nem a vossos irmãos,
nem a vós próprios, rejeitando um apelo sagrado.
Isto supõe que se abraça a vida intelectual com intenções desinteresseiras
e não por ambição ou vã glória.
Os guizos da publicidade só tentam os espíritos fúteis.
A ambição, que quisesse subordinar a si a verdade eterna, ofendê-la-ia.
Brincar com as questões que dominam a vida e a morte,
com a natureza misteriosa, talhar-se um destino literário e filosófico
à custa da verdade ou fora da dependência da verdade, constitui um sacrilégio.
Tais intentos, sobretudo o primeiro, não conseguiriam manter o investigador;
depressa o esforço esmoreceria e a vaidade haveria de entreter-se com bagatelas, sem curar das realidades."


A .D Sertillagens

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Improvisando Lembranças

O Tempo sempre passa
e nisso não há pesar.
É como brincadeira de criança:
no carretel a linha se descarrilha
e a pipa se deixa levar sob o vento
nas mais diferentes paisagens do céu.

Queremos vê-la ao poente brilhando
vislumbrando esse serpentear
se entrelaçando entre os tons rosados
e quem sabe uma fotografia.

Mania nossa de querer tudo guardado
as emoções, os momentos, as memórias,
Mania de ser lembrado
e de celebrar um bom passado.

Humano Demasiado Humano
que não se compraz no anonimato.
A todo custo diz: Eu! Eu!
Imprimindo-se em toda parte.

Se Agora
Inocentemente
pudesse o homem viver despido
não se reduziria ao pó no Tempo...

Seu corpo seria uma fagulha
de intenso calor
a navegar na imensidão


guto (10/12/2014)


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Flores microscópicas se abrem
crescendo progressivamente
em círculos concêntricos
do além ao infinito
abrangendo todo o Universo

Frutos dimensionais brotam
das profundezas da Natureza
alimentando a alma e a existência
de tudo o que tem vida
e de todo aquele que é digno
de desfrutar do Amor

Folhas se soltam suavemente
Plainando levemente do ar à terra
para nutrir as raízes

A Beleza e a elegância da Primavera
anuncia tempos férteis
Sementes em evolução se expandem
formando conexões e nervuras

O Sustento da Vida se promove
O Mistério da criação se resguarda
A Exuberância toma forma

Um simples reflexo
de um gesto magestoso
faz ecoar no silêncio
a harmonia das esferas

quarta-feira, 26 de setembro de 2012



O que é o Reino de Pensamento?

O Reino é a criação do Ser, a sua Morada, sua extensão, expressão e manifestação
As nossas buscas, desejos, tudo aquilo que costumamos pensar, planejar - sobretudo aquilo que nos cerca e consideramos importante, são responsáveis pela formação do nosso Reino de Pensamento.
O Reino de Pensamento indica o nível evolutivo em que a pessoa está situada.
Ela atrai para si e tira conclusões conforme seu Reino de Pensamento.
Algumas vezes pode-se estar no nível superficial.
Quanto mais interiorizado e enraizado no Ser Verdadeiro, mais próximo da Verdade e do Absoluto estará.
A interioridade profunda incondicional é o caminho para o retorno à origem ao Ser verdadeiro.
Para se chegar a dimensões de refinamento do estado conciencial, faz-se necessário uma disciplina no nível mental.
A fase inicial é a observação objetiva e racional de seus próprios pensamentos.
A observação é feita de modo silencioso, incondicional e com atenção.
De onde eles procedem? O que querem? Para que se destina? Qual a sua qualidade?
O que representam hoje? Em que nível está?
Esta é a higienização mental, e serve para descongelar os padrões mentais que já não atendem a etapa evolutiva da pessoa, mantendo um novo padrão ético e mais adequado a etapa evolutiva da pessoa.

Existem 3 técnicas úteis e simples para se questionar e ver a validade dos pensamentos:

1) - perguntar ao próprio pensamento: "Sim, mas e daí? "
(Revela a consistência do pensamento, o destino do pensamento, o propósito, utilidade)

2) Ter a coragem e sinceridade de dizer: "Não sei" (torna o homem mais sábio e virtuoso, disposto a aprender e reaprender)

3) Isso é realmente o que parece? (auto-análise, evita o auto-engano, a imaginação desmedida, o discurso evasivo, o apego à forma)


guto (26/09/2012)

terça-feira, 19 de junho de 2012

“a pessoa que desqualifica, desqualifica de acordo com suas próprias falhas”


domingo, 27 de maio de 2012

O fênomeno do paganismo e alienação

O paganismo é um fenômeno antigo, que aos poucos se estabeleceu em vários grupos da sociedade.
Reflete uma maneira especifica de pensar. Nos Evangelhos Cristãos, Jesus aparece advertindo os seus discípulos a não serem como os pagãos (ou gentios) que rezam repetindo as orações.

A dinâmica toda que Jesus enfrentava era a de que as pessoas pudessem perceber e aceitar a Boa Nova (O Evangelho). O que é a Boa Nova? É o próprio Espirito da Palavra de Jesus, A Verdade e o Amor estampado em sua presença! A Sabedoria e a Coragem que Ele representa, e a necessidade de uma mudança radical no coração e na mente humana.

Os pagãos tinham suas formas ritualísticas de adorar os seus ídolos. Repetiam suas orações como forma de encantamento que lhe pudessem trazer um tipo de poder sobrenatural ou uma experiencia extática.

Porém Jesus ensinava de outra forma. Ele trazia em si a presença do Deus VIVO. Ensinava que a oração devia ser lúcida, com pureza de coração - e em segredo. A oração não é dirigida para fora. Não é uma fórmula mágica a ser repetida. Não busca contato com espiritos estranhos, ou favores. Não busca algo que está fora de nós. Se assim fosse, seria uma alienação. A Verdadeira oração Cristã se volta para dentro de nós, e se reflete num silêncio interior sereno, mais uma entrega do que um pedido. Mais sintonia do que favores ou poderes. É nesse estado de completa renúncia e ausência de busca, que A LUZ de Deus se manifesta naquele que tem fé. É uma integração saudável do Ser. Nessa Luz nossos erros e desvios são revelados. Nesta Luz, estamos despidos, expostos em nossa nudez, sem o pedestal de nossas noções egoístas. Assim é feita a nossa reconciliação. Assim é feito a mudança de pensamento (metanóia) - traduzida como 'arrependimento'.

 A verdadeira devoção está no sentido de doar-se, despir-se de seus pertences (razões, noções e prazeres individuais) para ser um com Deus. Da mesma forma, Jesus advertia para que a oração não fosse anunciada da boca para fora. Mais ainda, dizia: "que mão direita não saiba o que a mão esquerda faz". A intenção é pura, não ostenta, não busca resultados - antes confia, aceita e entrega.

Nos dias atuais, o paganismo se reflete como um fenômeno típico de alienação do Ser Original de um Espirito humanizado. Em verdade, o indivíduo que é pagão não conhece a Graça, nem o Espirito do Evangelho. Até mesmo nos meios religiosos as pessoas tendem a cair nesse engano.

Na ausência de coragem e criatividade para Ser quem se É,  a corrente mundana ganha a cena. Aquilo que já é pronto e estabelecido dita o rumo e reações e situações. Se a pessoa não tem consciência de si, perde o que é mais valioso e próprio.

 A Voz original, a verdadeira vocação - é substituída por um discurso desconectado do seu Verdadeiro Ser. Pode ser um discurso belo, intelectualmente plausível e lógico, ou algo inovador e interessante... Porém, se não provier da voz verdadeira, aquilo não terá profundidade, não terá raiz, não poderá se fecundar, os seus frutos não serão capazes de alimentar, pois ali não há a Fonte da Água da Vida - alimento para alma.

 Jesus ao proclamar: "Eu Sou o Que Eu Sou!" revelou um grande mistério: Ele simplesmente é o que é, a sua presença é translúcida, é a própria vida - nele não há sombras, desvios, condicionalidades. Ele não é para alguma coisa. Ele simplesmente é o que é. É o próprio Ser, a Vida. Este é o estado do Ser que se conheceu na Verdade e se realizou plenamente.

O ser humano se forja em meio às ilusões, e aprende com o erro.

A alienação do Ser acontece quando nos alimentamos de algo que essencialmente é incapaz de nos saciar. Ou, quando nossas bases estão firmadas em algo que não nos pertence realmente.

Não é à toa que há tantas lacunas, superficialidades e problemas psicológicos na sociedade atual.

Nesse sentido é que o ser humano precisa de uma mudança radical, às vezes dolorosa e difícil no começo, mas que é o único caminho para a verdadeira felicidade e plinitude. Buscar sinceramente a Verdade, interiorizar-se, e ter a coragem de Ser Quem É!



"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito.” (Rm 12,2)




guto (27/05/2012)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

algumas definições...









Complacência - disposição em atender os desejos de outrem para agradar



Resiliência - capacidade de restaurar o seu estado original após um grande impacto



Apego - não querer abrir mão de um desejo, idéia fixa, exigência de resultados pré-determinados.



Vaidade - desejo de querer provocar uma influência positiva na imagem que as outras pessoas tem de você. Ou, desejo de atrair para si a admiração dos outros.



Orgulho - confiança na própria capacidade de causar boa influência. Sentimento de satisfação pessoal pela capacidde de realização de uma tarefa.





quarta-feira, 11 de maio de 2011

Conclusão de Conclusões...

Analisando o passado
em busca da verdade
após o passar da tempestade
no próprio ato de pensar me peguei
e percebi que algumas conclusões
aquelas que querem determinar e por fim
não chegam a lugar algum...

Realmente...não levam a lugar algum...

Pelo menos, ao concluir que algumas conclusões não levam a lugar algum
deixo de concluir..

Ora essa...Concluo, portanto, desde agora, que não mais concluirei...


E assim se sucedeu infinitamente..camada após camada
se desmembrando em galhos e ramos
como quem quer se livrar de si mesmo
de uma gosma complexa e elástica
que para a sua surpresa
em cada ato de repulsa
voltava com um impacto maior
assumindo-se de retorno
como parte de sua própria constituição


guto (05/2011)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Eu Sou o que Eu Sou

Eu Sou o que Eu Sou
significa estar de acordo com aquilo que se é
É sinceridade e honestidade estampada
naquilo em que se apresenta

Aquele que É o que É
não utiliza de subterfúgios
não necessita de justificações
não precisa se afirmar
não se desvanece em críticas
não carece de elogios

Eu Sou o que Eu Sou
revela a retidão da expressão do Ser
a transparência da palavra plena e verdadeira
direta, objetiva e assertiva

Aquele que É o que É
está em completa liberdade
livre de qualquer vinculação
Ele é autônomo, independente
subsiste por si próprio
tem vida em si mesmo
é a Luz de seu próprio Ser

Ser o que É
Está em tudo que tem Vida
É Harmonia e Fluidez



guto - 02/ 2011

O que é

O Silêncio é o descortinar da Verdade
A Verdade é a manifestação Divina da Criação
Deus é o significado Espiritual do Homem
A Realização de sua existência está no Amor Divino
O Amor é fruto do Espírito
Felicidade é o desfrutar do Amor
Perdão é o reestabelecimento da incondicionalidade do Amor
Justiça é dar a cada um conforme tuas obras
Harmonia é equilíbrio perfeito, beleza divina, imensidão
Harmonia é o princípio de sustentação da Criação
Harmonia é Justiça, Retidão, Concordância e Fluidez.

guto 02/2011

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A medusa e suas irmãs...




Três irmãs, três monstros, a cabeça aureolada de serpentes enfurecidas, presas de javali saindo dos lábios, mãos de bronze, asas de ouro: Medusa, Euríale e Esteno. Elas simbolizam o inimigo a combater. As deformações mostuosas da psique são devidas às forças pervertidas de três pulsões: sociabilidade, sexualidade, espiritualidade. Euríale seria a perversão sexual, Esteno a social, Medusa simbolizaria a principal destas pulsões: a pulsão espiritual e evolutiva, mas pervertida em estagnação vaidosa. Não se pode combater a culpabilidade vinda da exaltação vaidosa dos desejos senão esforçando-se por realizar a justa medida, a harmonia; é isso que simboliza, quando as Górgonas ou as Erínias perseguem alguém, à entrada do templo de Apolo, deus da harmonia, como num refúgio.
Quem via a cabeça de Medusa ficava petrificado. Isso não seria por ela reflectir a imagem de uma culpabilidade pessoal? Mas o reconhecimento da falta, num justo conhecimento de si, pode por si só perverter-se em exaspero doentio, em consciência escrupulosa e paralizante. Paul Diel observaa profundamente: "A confissão pode ser - quase sempre o é - uma forma específica da exaltação imaginativa: um remorso exagerado. O exagero da culpa inibe o esforço reparador. Só serve ao culpado para reflectir vaidosamente na complexidade, imaginada, única e de profundeza excepcional, da sua vida subconsciente... Não chega descobrir a culpa; é preciso suportar a sua visão de maneira objectiva, nem exaltada, nem inibida. A própria confissão deve ser isenta de excesso de vaidade e de culpabilidade."
Medusa simboliza a imagem deformada do eu... que petrifica de horror em vez de esclarecer na medida justa.

Fonte: Dicionário dos Símbolos, Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, Teorema.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

VERSOS ÁUREOS (Pitagoras)

Aos deuses, segundo as leis, presta justas homenagens;

Respeita o juramento, os heróis e os sábios;

Honra teus pais, teus reis, teus benfeitores;

Escolhe para teus amigos os melhores homens.

Sê obsequioso, sê fácil em negócio.

Não odeies teu amigo por faltas leves;

Serve com o teu poder a causa do bom direito:

Quem faz tudo o que pode faz sempre o que deve.

Mas sabe reprimir como um mestre severo,

O apetite, o sono, Vênus e a cólera.

Não peques contra a honra nem de longe nem de perto.

E só, sê para ti mesmo, rigorosa testemunha.

Sê justo em ações e não em palavras;

Não dês pretextos frívolos ao mal.

A sorte nos enriquece, ela pode empobrecer-nos:

Mas fracos ou poderosos devemos todos morrer.

Não sejas refratário à tua parte de dores.

Aceita o remédio útil e salutar,

E sabe que sempre os homens virtuosos,

São os menos infelizes dos mortais aflitos.

Que teu coração se resigne aos injustos colóquios;

Deixa falar o mundo e segue sempre teu caminho,

Mas não faças nada, sobretudo levado pelo exemplo

Que seja sem retidão e sem utilidade.

Faz caminhar em tua frente o conselho que te aclara

Para que a absurdidade não venha atrás.

A tolice é sempre a maior das desgraças

E o homem sem conselhos responde por seus erros.

Não obres sem saber, sê cioso para aprender.

Dá ao estudo um tempo que a felicidade deve restituir.

Não sejas negligente em cuidar da tua saúde;

Mas toma o necessário com sobriedade.

Tudo que não pode prejudicar é permitido na vida;

Sê elegante e puro sem excitar a inveja.

Foge à negligência e ao fausto insolente;

O luxo mais simples é o mais excelente.

Não procedas sem pensar no que vais fazer,

E reflete, à noite, sobre toda tua jornada.

Que fiz? Que ouvi? Que devo lastimar?

Para a justiça divina assim poderes subir



Eu tomo-te por testemunha: tetractys inefável,

Fonte inesgotável das formas e do tempo;

E tu que sabes orar, quando os deuses são por ti,

Conclui a tua obra e trabalha com fé.

Chegarás cedo e sem trabalho a conhecer

Donde procede, onde pára, para onde volta teu ser.

Sem temor e sem desejos saberás os segredos

Que a natureza vela aos mortais indiscretos.

Tu calcarás aos pés esta fraqueza humana

Que ao acaso e sem alvo conduz a fatalidade.

Saberás quem guia o futuro incerto,

E que demônio oculto segura os fios do destino.

Tu subirás então sobre o carro de luz.

Espírito vitorioso e rei da matéria,

Compreenderás de Deus o reino paternal

E poderás assentar-te numa calma eterna.

Versos Esmeraldinos

"É verdade, correto e sem falsidade, que o que está em baixo, é como é em cima, para cumprir-se a Grande Obra. Como todas as coisas derivam-se da Coisa Única, pela vontade e pela palavra daquele Único que as mentalizou, assim também tudo deve a sua existência a esta Unidade, pela ordem Natural, e tudo pode ser aperfeiçoado por adaptação àquela Mente.

Seu pai é o Sol; sua mãe a Lua, o Vento a transporta em seu ventre, sua nutriz é a Terra. Este ente é o pai de todas as coisas do Mundo. Seu poder é imenso e perfeito, quando novamente separada da Terra. Separas pois o Fogo da Terra, o sutil do denso, mas com cuidado, com grande habilidade e critério.

Ela sobe da Terra ao Céu e novamente desce à Terra, renascendo e assim tomando para sí o poder de Cima e o poder de Baixo. Desta forma o explendor do mundo será todo teu, possuirás todas as glórias do universo e quaisquer trevas afastar-se-ão de tí. Nisso consiste o poder poderoso de todo poder; capaz de vencer todo o sutil e penetrar tudo o que é sólido. Do mesmo modo o universo é criado. De lá vem as realizações maravilhosas, e seu mecanismo é o mesmo.

É por isso que sou chamado Hermes Trismegistus, possuindo poder sobre os três aspectos da filosofia universal. O que eu disse da obra-mestra da Arte Alquímica, a Obra Solar, aqui está dito e encerra tudo."

A Tábua de Esmeralda - Hermes Trismegistus

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A paralexe cognitiva. (ou desvio sofistico do conhecimento real.)

"...Paralaxe cognitiva, em que o sujeito afirma precisamente o contrário daquilo que o seu próprio ato de afirmar demonstra da maneira mais patente. É o deslocamento radical entre o eixo da experiência intelectual efetiva e o da construção teórica supostamente baseada nela...Do fenômeno que denomino paralaxe conceitual -- o deslocamento entre o eixo da concepção teórica e o da perspectiva existencial concreta do pensador --, os exemplos são tantos, nos últimos séculos, que não me parece exagerado ver nele o traço mais geral e permanente do pensamento moderno. As idéias tornam-se aí a racionalização ficcional com que um intelectual se esforça para camuflar, legitimar ou mesmo impor como lei universal sua inaptidão de se conhecer, de arcar com suas responsabilidades morais, de se posicionar como homem perante a vida...paralaxe conceitual: desenhando o quadro do mundo desde um ponto de vista que não coincide em nada com o do seu próprio posto de observação no planeta Terra, ele se desvencilha da incômoda obrigação de dar à sua teoria o reforço do testemunho pessoal... Alguns leitores pedem-me mais explicações sobre a tal "paralaxe conceitual" que mencionei outro dia. Vou tentar. Toda afirmação filosófica sobre a realidade em geral, a humanidade em geral ou o conhecimento em geral inclui necessariamente, entre os objetos a que se aplica, a pessoa real do emissor e a situação de discurso na qual a afirmação é feita. O que quer que um homem diga sobre esses assuntos ele diz também sobre si mesmo. Ninguém tem o direito de constituir-se, sem mais nem menos, em exceção a uma teoria que pretenda versar sobre o gênero ou espécie a que ele próprio pertence. Essa elementar precaução metodológica foi negligenciada por praticamente todos os filósofos mais importantes do ciclo dito "moderno", assim como por muitas das escolas de pensamento que dominam o universo intelectual contemporâneo. Em resultado, temos uma imponente galeria de doutrinas que nada nos dizem sobre o mundo em que foram produzidas, nem muito menos sobre as pessoas reais que as criaram, mas tudo sobre um mundo inventado que não as inclui e que elas se limitam a observar desde fora, desde um imaginário posto de observação privilegiado. Esse posto de observação corresponde, estrutural e funcionalmente, ao do "narrador onisciente" nas obras de ficção, o qual não é afetado pelo curso dos acontecimentos narrados. Construídas com uma técnica ficcional, mas totalmente inconscientes do expediente que empregam, essas filosofias são obras de ficção que não ousam se apresentar como tais. Alguns exemplos: 1) Descartes diz que vai examinar seriamente os seus próprios pensamentos, e começa a fazê-lo sob forma de introspecção autobiográfica. No meio do caminho, perde o fio do seu eu pessoal e concreto, do seu eu biográfico, e começa a falar de um eu genérico e abstrato, o "eu filosófico". Ele nem se dá conta do salto, e acredita continuar fazendo autobiografia quando está fazendo apenas construção lógica. Ele acaba acreditando que é realmente esse eu filosófico, sob cuja sombra o eu real desaparece por completo. Resultado: sua auto-observação cai nos erros mais grosseiros, como por exemplo o de esquecer que a continuidade temporal do eu é um pressuposto do cogito e não uma conclusão obtida dele. 2) David Hume diz que nossas idéias gerais não têm valor cognitivo nenhum, porque são apenas aglomerados fortuitos de sensações corporais. Em nenhum instante ele se dá conta de que a filosofia de David Hume, compondo-se ela própria de idéias gerais assim formadas, também não pode valer grande coisa. O estado de alienação do filósofo ao criar sua filosofia não poderia ser mais completo. 3) Maquiavel ensina que o Príncipe deve conquistar o poder absoluto e em seguida livrar-se dos que o ajudaram a subir. Ora, quem pode ter ajudado mais ao Príncipe do que o filósofo que lhe ensinou a fórmula da conquista do poder absoluto? Se o Príncipe o levasse a sério, ele próprio, Nicolau Maquiavel, seria o primeiro a ser jogado no lixo junto com o seu livro, prova do crime. Contrariando o louvor geral que consagra Maquiavel como o primeiro observador "realista" da política, o Príncipe é um modelo idealizado que só pode ser descrito em literatura precisamente na medida em que nenhum contemporâneo logre encarná-lo na realidade. A alienação chega ao cúmulo quando Maquiavel diz que todos os males do Estado vêm dos intelectuais contemplativos que, não podendo atuar na política, teorizam sobre ela -- o que é precisamente o que ele está fazendo. Aliás, Otto Maria Carpeaux já havia assinalado que a visão que Maquiavel tem da política não é política: é estética. 4) Karl Marx assegura que só o proletariado, por ser a última e extrema vítima da alienação, pode apreender realisticamente o curso inteiro do processo alienante e, por isso, libertar-se dele. Só o proletariado, em suma, tem adequada consciência histórica. Mas não é mesmo uma coisa extraordinária que o primeiro, logo o primeiro a personificar essa consciência proletária seja um burguês? Não digo que isso seja impossível, mas, à luz da teoria marxista, é uma exceção notabilíssima e improvável. Karl Marx passa sobre ela com a maior inocência, sem nem de longe notar um desvio de foco, uma paralaxe entre o personagem que representa e o conteúdo das suas falas. No mundo de Karl Marx, não existe Karl Marx. E por aí vai. Ao exame meticuloso desses e de muitos outros casos similares tenho dedicado meus cursos desde há alguns anos. O lado mais interessante é a crítica ficcional da filosofia ficcional. De fato, os melhores observadores críticos da alienação filosófica foram os escritores de ficção, principalmente Dostoiévski, Kafka, Pirandello, Ionesco e Camus. Os Demônios, O Processo, Henrique IV, O Rinoceronte e O Estrangeiro são peças de um imenso requisitório literário contra as pretensões da filosofia moderna. Vale aí o contraste delineado por Saul Bellow entre o "intelectual" e o "escritor": de um lado, o construtor de alienações elegantes; de outro, o porta-voz das "impressões autênticas", verdades às vezes simplórias que estouram o balão intelectual. Já viram, né? Quando eu crescer, quero ser "escritor"... fonte: O deC.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

algumas reflexões

deixar viver significa deixar de negar algo que existe.

viver na graça é despropriação - não apetite de fruto - não considerar nem sequer fazedor do que empreende.

"Olhei Olhei e cheguei a ver
o que julgava que eras tu e tu
na verdade era eu e eu."
Desconhecido

"Não há Luz sem Sombra
Nem totalidade psíquica isenta de imperfeições...
A Vida não exige que sejamos perfeitos, mas completo;
e para isso, necessita o "espinho na carne",
o sofrimento dos defeitos, sem os quais,
não há progresso sem ascensão


"As características ou qualidades que a pessoa tenha recusado ver em si
serão atribuída a outros, como se ela lhe pusesse máscaras.
Então a pessoa tenderá a idealizar os portadores de suas projeções, rejeitá-los ou temê-los"
Jean Monbourquette

"Tudo aquilo que você foge e tudo que aspira, está dentro de você"
lama Zopa Rimpoché

"Se eu não possuo a mim mesmo, como posso me dar?"

"Durante os 35 anos de nossa vida, esforçamo-nos para subir uma longa escada, com o objetivo
de alcançar o alto do edifício; depois, uma vez sobre o telhado, descobrimos que erramos de edifício."
Joseph Campbell

"Não há senão um problema, oferecer aos Homens um significado Espiritual.."
Saint-Exupéry


visitem ainda:

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(Sobre a escuta incondicionada..) -> vale muito a pena

abraços
guto 08/2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Metafísica da vida cotidiana (do apego às conveniências)

Ah, este mundo de conveniências!
Ah, esta vontade vil de supremacia!
Há tanta gente pronta a se dizer sábia
E tão poucas que acolhem sua própria ignorância

Mas como sabedoria só nasce da humildade,
no mundo proliferam sábios empanturrados...
vaidosos de si. ignorantes da própria vaidade.

Ah, este mundo de conveniências
Há tantos que se adornam de ciência,
Há tanta gente segura até das dúvidas que finge nutrir,
que o palco das intenções acaba esquecido e vazio.

Mas como o saber só brota em corações famintos,
da ciência resta apenas o esqueleto endurecido,
privado de viço, prenhe de vícios.

Ah, este mundo de conveniências!
Ah, esta vontade vil de se impor!
Há tanta gente empenhada em dar respostas
que perdeu-se no tempo o ato de interrogar

Mas como a vida só se revela a quem busca,
segue o mundo embriagado de si mesmo
regido por cegos que se crêem videntes

Ah, este mundo de conveniências!
esta vontade vil de se impor!
Há tanta secura no horizonte dos gestos
que o solo do coração se torna árido e febril

Mas como a vida só brota onde existe umidade
tudo que é jovial sufoca sob o peso das convicções,
E segue o mundo no infértil exercício de suas ilusões.


Rodrigo de Barros

segunda-feira, 5 de abril de 2010

As vezes no silêncio..

E eis que , de repente, um silêncio tomou conta de todos...
Não uma simples pausa na conversa,
mas aquele silêncio que é capaz de revelar
até as profundezas de nossas intenções mais recônditas

Penetrando nas entranhas do Ser
ele vasculhava e revirava
como alguém que procura um pertence
há muito tempo perdido..
Embora alguns já tivessem se esquecido
no meio daquela bagunça toda
achou dúvidas submersas aos montes

E O silêncio seguia de modo indefinido..
O seu prolongamento continuava lentamente,
como alguém que com destreza se aproxima de todos.

A quietude indicava um sinal claro de omissão vacilante;
que de alguma forma perturbava os presentes.
Apesar disso, nenhum deles achavam meios, recursos,
sobretudo coragem, para vencê-lo, ou transcendê-lo.

Qualquer tentativa de intromissão
era esmagado pelo peso da tensão já criada;
pela culpa, medo e desconfiança gerada.

Olhares cabisbaixos se cruzavam
na esperança de uma possível reconciliação.
Tentativas de desviar o rumo da situação,
de entrar num estado de ânimo renovado,
eram drasticamente frustradas pela indiferênça.

O Silêncio havia se tornado sério e perturbador
O Seu peso era uma carga que todos custavam carregar

Dentro da caixa preta se apresentavam
a imensidão do escuro, o vazio infindável
e os fantasmas do desespero em prontidão
cada qual com seu quadro mudo
pregado na parede

Nenhum dos participantes era capaz
de admitir o que lhe tocava
muito menos de dizer que aquilo tudo
o pegara de surpresa
e trazia consigo sofrimentos reveladores

Antes quisesse recebê-los
como um estranho
um hóspede de longa data

Mas Não..

Não importava a razão do silêncio
ou o que ele trazia.
Apenas queriam a todo custo,
e o mais rápido possível,
estar livre daquele constrangimento.

Parecia que todos tinham o seu quinhão
e ninguém sairia ileso.
A Hora H estava prestes a soar,
e cada qual se aprontava
mirando sua estratégia de fuga..

E aconteceu que
passado a tensão do presságio
como uma flexa que é lançada
do braço de um homem forte
saíram todos da temerosa tensão do silêncio
a encobri-lo com dissimulações vãs,
observações momentâneas sem nexo,
pequenos falatórios sem profundidade,
e comentários de acontecimentos pretéritos sem muita relevância.

E o silêncio se despediu
como desnuda de uma roupa usada
foi mais uma vez
relegado ao esquecimento
frustrado pela desconfiança
levado pelo vento de outrora
a espera de outra noite
onde achasse guarida

Foi ele em esperança
a procura de um encontro
de ouvidos fortes
olhos corajosos
línguas gentis, sinceras e domadas
para que ali onde não se achou
se descubra algo mais
muito além de máscaras alertas

guto (2010/04)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Solitude

Oh minha madrasta
obrigado
hoje eu sei que agradecer demais o agrado
é orgulho disfarçado
ocultado para querer ser mais amado

Oh minha madrasta
obrigado
seus olhos me aceitaram
assim como eu sou
abriu os meus
a sua suave voz desnudou
minhas faltas
posso andar nú
despreocupado agora
enquanto minhas feridas se fecham

Oh minha madrasta
obrigado
desculpe por estar ocupado
hoje eu sei que considerar
é com o céu estar em movimento
a contemplar no alto
de pés no chão
aqui de de baixo

Aprendi que pedir por demais o perdão
é fuga e presunção
de querer estar de novo
na posição de conforto
antes de encarar o que não convém
e enfrentar o inevitável

estou aprendendo a aprender
aprendendo a esquecer
e a dizer simplesmente
"não sei!"

Ser humilde não se aprende
a não ser com o caração
vivendo contente
quem diz que sabe e tem razão
é orgulhoso
e ainda terá muito que esperar

não há mais desculpas
quando reinam a paz e a retidão

hoje eu sei que o que Deus me dá
é entregue por vocês
e que devo fazer por merecer
essas dádivas de presente

hoje eu sou girassol
você é meu sol
você é a luz neste mundo de ilusão

PAZ

guto(01/2009)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Chave Cósmica

ôô Ôoooo Ôoooo Ôooooo Ôoooo

tô na estrada da vida
onde o fim é não sei
de risos e de feridas
morte de alma sem lei
um sábio disse que alguém
guarda o mistério de tudo
do todo da metade
do buraco sem fundo

chave cósmica
dentro de mim
chave cósmica
dentro de ti
chave cósmica
dentro de mim
chave cósmica
dentro de ti

bati na porta Deus
vi muita coisa por lá
só que não me atendeu
do olho mágico céu
não há parede
nem fundo
nem começo
nem fim
só ir ao centro do universo
que ele está por ali

chave cósmica
dentro de mim
chave cósmica
dentro de ti
chave cósmica
dentro de mim
chave cósmica
dentro de ti

*letra- Lucas Anderson (Artesanato)

(11/08)

obrigado

obrigado minha irmãzinha
por lançar a isca do amor
na rede do oceano que me prende

como quem pesca um peixe
no desprendar da rede pula
na esperança de um grande em silêncio

obrigado maria cutia
pelo chamado do dia
bem te quero
eu ja sabia

oculto a graça
manifesto agora para prevalecer
para desfrutarmos a pureza
da alegria que é tua
e é minha
minha irmazinha

(11/08) gut0

domingo, 21 de setembro de 2008

Parabens Vitoria


Victória nasceu
Branca como leite de vaca
amamentando os seus
com sede de afago

Gorda
cresceu repentina feito bambu
fizestes balé e maracatu
sapateado e teatro

na ginástica olímpica
as pernas esticou
na cozinha com água de cuzcuz
as queimou
e a coluna hoje jaz tortemente erguida

Que ela se acha todo mundo sabe
se intromete onde não é chamada
achando que é a Rainha da Cocoda
a última bolacha do pacote
o piu piu do Frajolo
A espuminha do xixi
o cavalo branco de napoleão
o cacique da tribo

Vitória Victória Vitória
Eu lhe digo, já vencestes
por isso não ouça teus ouvidos
as vozes que calam o Espírito

Para o bem Vitória
Parabens!

Que o tempo lhe mostre a eternidade da vida

guto(09-2008)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

De volta a estaca

De volta á estaca zero
Do início como era aqui estou
Quando Adão acordou e disse Eu Sou..

quando me dei conta estagnei
perambulei
e isto é mediocridade e presunção

Pela estaca o homem fez a lança
e da lança a espada
e pela espada morreu
porque a justiça própria é falha e equivocada

da morte na cruz o pai fez o filho do homem
e o homem se fez luz
da fraqueza ao poder

guto ( 2008_)

sábado, 28 de junho de 2008

ateiam-me

Como poderia dizer-lhes
que quando o sino de minha sina tremeu
encarei castrado e encolhido
nu pelado sem casca

Regurgitei aquelas noites
por dias
dentro do meu cérebro
passivamente convulsivo.

divaguei por léguas a fio
e voltei no mesmo carretel
que me puxava
o mesmo número
como um dado viciado

A brincadeira se tornara uma piada perigosa e repugnante
havia muito envolvido
gente ansiosa esperando por mim
Eu, de tão confuso, nada sabia.
Talvez assinara um contrato desconhecido

O gongo em minha cabeça
ecoou como uma palma seca
a expandir no espaço

Quis deslizar feito algodão
embebido em álcool
mas murchei escrotamente

Quis desfazer-me desta película gosmenta
que me prende e me pertence
mas sua elasticidade atraente
assumia a forma que quisesse
depois retornando a sua composiçao
como um líquido viscoso

Veja que não faço milagres
e nem queria transpor o invisível
e inquietar teu sono.

Também não quero consolo.
Chances fracassadas por preguiça
padecem em justiça maior

Aquietei-me
enfim agora
esturriquei no sol
a faiscar fagulhas.

(06/2008) gut0

segunda-feira, 9 de junho de 2008

"a couraça das palavras protege nossos silêncios e esconde aquilo que somos". (Tiago de Mello)

quarta-feira, 14 de maio de 2008


De onde vem a inspiração?
Quando do invisivel ar
enxe o pulmão
de alegria e satisfação.

De onde vem a brisa
e os ventos alisos?
Ó leve brisa doce a soprar
em nossos ouvidos
melodias do fundo do mar.

De onde vem a exaltação?
De que fonte jorra o louvor
o simples resplendor
da contemplação.

De onde vem as águas claras do rio?
Dos vales estreitos do monte sombrio
guardadas em montanhas ocas.

Belos templos virgens
de lençóis férteis a brotar vida
silenciosamente

Vaso vazio que me criei
bebo destas águas
preencho-me com tua transparência
No Humilde aconchego
me desmancho na imensidão
de tua presença.


guto (05/2008)