domingo, 18 de novembro de 2007


doce presença risonha como a saudade

oh! quantas vezes gargarejei risadas medonhamente loucas
a seu lado tantos momentos estéricos
tenho saudade até de suas irritaçoes
de sair por aí saltitando
comendo ar
jujubas
de sorrir com chocolate
de olhar no olho
e dar bom dia de noite aos desavisados
até de suas crises misteriosas e saídas enigmáticas
falas obscuras e irônicas em horas impróprias
tenho medo
de ter medo
de ser um museu abandonado
acocorado no cérebro
no fundo de memórias neurais arquivadas
em pastas dentro de pastas
de pastas dentro de caixas e gavetas e armários cinzas
em arquivos de papel higiênico
com cheiro de pêssego molhado
prefiro viver de novo
pegar fogo

(11/2007)

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