quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Somente Sou

A flecha que lancei
voltou como um vulcão
que escarra suas tripas

Do manto gosmento escarrado
meu coraçao oco putrificado
começara a formentar desgraças

No soluço trêmulo
ânsias convulsivas saltam
para fora de minha língua maldita

Desesperadamente regurgitei por dias
o sumo metálico
de minha saliva corrosiva

Somente Eu
coeso caixão
íma armagurado lacrado na memória

Pilhas Rayovacs se Estouram
derretendo dentro do meu cérebro
Pelo nariz vomito óleo

Na fragilidade exposta
pelo reflexo da inquietação
meu amor vingativo se produz

Encapado
navega
de extremo a extremo
de minha alma

No inferno da escolha do agora
embora antes mesmo do gosto amargo
fostes eu criatura dele
somente

(12/2007) guto

sábado, 1 de dezembro de 2007


http://www.youtube.com/watch?v=WAZ5iYbJ6ws

Acontece

Esquece nosso amor, vê se esquece
Porque tudo na vida acontece
E acontece que eu já não sei mais amar
Vai sofrer, vai chorar, e você não merece
Mas isso acontece
Acontece que meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio
Se eu ainda pudesse fingir que te amo
Ah, se eu pudesse
Mas não posso, não devo fazê-lo
Isso não acontece

-

http://www.youtube.com/watch?v=6jA9Cp8mtuw

Disfarça e chora

Chora, disfarça e chora
Aproveita a voz do lamento
Que já vem a aurora
A pessoa que tanto queria
Antes mesmo de raiar o dia
Deixou o ensaio por outra
Oh! triste senhora
Disfarça e chora
Todo o pranto tem hora
E eu vejo seu pranto cair
No momento mais certo
Olhar, gostar só de longe
Não faz ninguém chegar perto
E o seu pranto oh! Triste senhora
Vai molhar o deserto
Disfarça e chora

-


Corra e olhe o Céu

Linda te sinto mais bela
Te fico na espera
Me sinto tão só, ai!
O tempo que passa
Em dor maior, bem maior
Linda no que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia
Ah, corra e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia

Viva Cartola!

domingo, 25 de novembro de 2007

Da Lua ao mago


Ressoe a Harmonia
Sintonize as Vibrações do Interior com o Exterior
Seja um canal íntegro
Busque inspirações nas badaladas firmes e consistentes
dos sinos alegres
O grande desafio do mago é se harmonizar
Seus objetivos com as intenções
seus relacionamentos, que custumam ser complexos
e de grande preocupação para o mago.
Pode normalmente buscar reconhecimento e glória.
Este buscar é um grande potencial de força está no mago
e o motiva a criar e prosperar
que deve ser bem analisado para que esteja equilibrado
Reconhecimento em quê? Para quê?
Faz-se necessário pensar em intenções meramente
egoístas e que não se sustentam!
A Elegância do mago
é ser refinado e humilde
ordenar sem impor
falar sem arrogância
agir sem esforço
É neste esquilíbrio mágico que o mago encontra seu poder verdadeiro
O Jaguar guerreiro intemporal
O poder da repectividade
em que todos percebem a luz que irradia
luz de amor, harmonia, integridade e lealdade!
Está revelado o grande poder do mago
que é o de Encantar
Encantar as pessoas
Encantar o aqui e agora
O próprio encanto ressoa

domingo, 18 de novembro de 2007

A maquina autômata
vibra seus tentáculos virtuais
dispostos estrategicamente
em cada dimensão espaço/tempo

As engrenagens invisíveis
determinam geometricamente
as expressões reais

a raiz cria tubérculos

a afinação das extremidades
reduz a tensãoo energetica
e os polos se fundem em unicidade
o influxo unidirecional
potencializa a expansão

o caos se procria

(11/2007)

(imagens- Abaixo nos "11/2007" Robert Venosa, acima Chaplin em 'Os tempos Modernos')


minusculamente infinito
caoticamente ordenado
temporariamente esquecido
estrategicamente posicionado
ocultamente vigiado
potencialmente expandido
paralelamente vazio
dolorosamente disfarçado
fiasco faiscando
constantemente apedrejado
(11/2007)

doce presença risonha como a saudade

oh! quantas vezes gargarejei risadas medonhamente loucas
a seu lado tantos momentos estéricos
tenho saudade até de suas irritaçoes
de sair por aí saltitando
comendo ar
jujubas
de sorrir com chocolate
de olhar no olho
e dar bom dia de noite aos desavisados
até de suas crises misteriosas e saídas enigmáticas
falas obscuras e irônicas em horas impróprias
tenho medo
de ter medo
de ser um museu abandonado
acocorado no cérebro
no fundo de memórias neurais arquivadas
em pastas dentro de pastas
de pastas dentro de caixas e gavetas e armários cinzas
em arquivos de papel higiênico
com cheiro de pêssego molhado
prefiro viver de novo
pegar fogo

(11/2007)

domingo, 4 de novembro de 2007


Réplica

como poderia replicar o que não se repete?
O que foi já vivido, processado e encaminhado
Arquivo de memória neural
que na lembrança vibra
como um sino que ressoa
leve na brisa do mar

Como transformar em palavras
em frases que nutrem este sentimento?
Quero ser poeta vivo no presente
Quero ser vivo em cada presente
poeta em cada vivência
Vivo em cada poeta da rua
em cada esquina do inusitado
no aperto de mão descompassado
sentir o real e irreal
das aparências
no vai e vem das amigas garçonetes
que hora nos servem
e logo embarcam em outras mesas

Quero embarcar na barquinha do amor
Ser esta onda circular perfeita
sem início nem fim
morrer na praia
e da areia fina
nascer novamente
para dizer
ao meu Amor
Meu Amo é o Amor

Bendita força esta
que une os átomos
os envolve num sentimento de unidade
atrai e plenifica
A própria sustentação da gravidade
fazendo tudo circular em harmonia e sincronia
11/2007

sábado, 3 de novembro de 2007

Cao















Cao
A cidade pulsa
em suas nervuras urbanóides
rodopio com ela
no chicotear sepertino
das fileiras de cimento
os mendigos banguelas
sorridentes
as corroças das meninas gêmeas
tímidas catadoras
os mendigos cantadores inocentes
calejados sobreviventes

O burburinho das cidades
me leva a encontros improváveis
com manequins levemente imersos
em lojas fechadas
com vitrine exposta e luzes acesas
e uma bela fachada

A vitrine de fora
e seus monumentos de cimento
No exalar da noite
o poste no alento transpira
perfumes de delirios de calda rastejante
E na madrugadados botecos de uma mesa só
para um instante
firme como um arco
me apoio no balcão
coço a nuca
confiro os bolsos
um masso de cigarro
amassado
solitário
um cigarro informal
olho distraído
mais um recorte urbano.

11/2007

sábado, 27 de outubro de 2007


"A TEIA; olhem através de um telescópio
para ver o que eu posso ver
perplexa pelas visões das constelações que me observam"
autora-RAW's daughter

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Aster do grego estrela, do inglês estar.

Há metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
(...)
Fernando Pessoa

terça-feira, 17 de abril de 2007

Café com Einstein


"Deus não joga dados com o mundo; ele é sutil, mas não é maldoso"
"A humanidade se apaixona por finalidades irrisórias que tem por nome a riqueza, a glória, o luxo. Desde moço já as desprezava"
"Quanto mais aprendo, mais me dou conta da minha ignorância"
"Quando eu era jovem razoavelmente precoce, fiquei impressionado com a futilidade das esperanças e da ambição que acossam, incansavelmente, a maioria dos homens durante toda a sua vida. Além disso, muito cedo percebi a crueldade dessa busca, que naquele tempo era muito mais cuidadosamente disfarçada pela hipocrisia e por palavras brilhantes. Todos estavam condenados a participar dela pela mera existência de seus estômagos"
"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio: eis que a verdade se me revela"
"Existem duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens"
"O mais incompreensível do mundo é que ele seja compreensível"
O problema de morar sozinho é que sempre é a nossa vez de lavar a louça"
"A realidade é uma ilusão, embora bastante persistente"
"A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos"
"A paz não pode ser mantida à força. Somente pode ser atingida pelo entendimento."
"O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos, como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é um tipo de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto apenas pelas pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá atingir completamente este objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior."
"Eu aceito o mesmo Deus que o nosso grande Spinoza chama a alma do Universo, não creio num Deus que se preocupe com as nossas necessidades pessoais"
"Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres e a outra é acreditar que tudo é um milagre"
"A ciência sem a religião é paralítica e a religião sem a ciência é cega"
"Na verdade, você nunca entende uma teoria. Você simplesmente a utiliza"
"O Universo não é infinito, mas é ilimitado"

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Deus é uma viagem




Expressão facial e corporal
de São Francisco de Assis e de São Sebastião.
Olhos virados para cima, cabeça levemente arqueada para o lado
e corpo relaxado!

sexta-feira, 23 de março de 2007





Estão aí dois cds geniais, Television e Frank Zappa
ainda escrevi errado: Apostrophe!! Escutem :]

O poeta Isaías e Ezequiel jantavam comigo, e eu lhes perguntei como haviam ousado asseugrar com tanta certeza que Deus lhes havia falado: e se não tinham pensado na possibilidade de serem mal comprrendidos e causa de arbitrariedades. Isaías respondeu-me: "Não vi Deus algum, tampouco o escutei, em uma percepção orgânica finita; mas os meus sentidos descobriam o Infinito em tudo, e como naquele tempo eu estivesse certo, e ainda o estou, de que a voz da indignação legítima é a voz de Deus, não me preocupei com as consequências, mas escrevi"
William Blake

"O insuportável é que nada é insuportável" Rimbaud

"Chegou a hora de a vida na Terra deixar o útero planetário e aprender a andar entre as estrelas.

A vida foi fertilizada em seu planeta, há bilhões de anos, por padrões nucleotídeos que continham o desenho para a evolução gradativa por meio de uma sequência de estagios biomecânicos. O objetivo da evolução é produzir sistemas nervosos capazes de comunicar-se com a rede galáctica e voltar a ela, onde nós, seus pais interestelares, os esperamos.
A vida no planeta Terra alcançou agora o ponto da metade do caminho, estabeleceu-se e evoluiu por meio de mutações e metamorfoses larvais para o cérebro de sete estágios.

Neste momento, a viagem para a casa é possível.(...)
Vocês estão por descobrir a chave para a imortalidade na estrutura química do código genético,
a partir do qual encontrarão a escritura da vida. O tempo chegou para vocês aceitarem a responsabilidade da imortalidade. Não é mais necessário morrer.
Vocês descobrirão a chave para a inteligência aprimorada na química do sistema nervoso para decifrar o código genético.
Toda a vida em seu planeta é uma unidade.
Toda vida deve vir para a casa.
Liberdade total, responsabilidade e harmonia entre as espécies tornarão essa viagem possível. Vocês devem trascender ás indentidades larvais de raça, cultura e nacionalidade. Sua única aliança é com a vida. A única maneira de sobreviver é fazer a viagem para casa.(...)"

quinta-feira, 1 de março de 2007

Nanook


Os Herculóides, bom e velho desenho das manhãs dos meus 8 anos. Nessa época minha alma era grande para aproveitar coisas simples como tomar uma tubaína e jogar bolita com meus amigos.
E depois simplesmente abandonar o esporte jogando todas as 254 morro abaixo!
Lembro que passado alguns anos, acho que com 11, percebi que estava vivo e um dia iria morrer. Sonhei comigo, virando caveira, e minha mentre entrando em extinção.
Aquele vazio era novo e esquisito. No outro dia perguntei vacilante a minha mãe
para onde iríamos depois que nosso corpo morresse. AH sim.... a velha experiência do nada
onde se encontra tudo.

Daqui a cem anos, sete palmos humanos abaixo da terra.
Daqui a cem décadas, fósseis abraçados em pedras
aqui a milênios, queimar feito petróleo e virar fumaça
olhar de cima e me dispersar na estratosfera gelada.

E Sim..visitem minha amiga cranio Priça -> http://priferrari.blogspot.com
Ali sim, há uma leitura proveitosa!
Você raramente vai encontrar textos desconexos
que mudam de assunto repentinamente,
ou que não fazem nenhum sentido.

"Por muito tempo eu não soube o que é experiência poética. Hoje tem sido para mim uma via de conhecimento, como qualquer outra. Não é pelo valor do objeto que ela te comunica, mas por aquela espécie de transe que você passa, quando está com a atenção muito concentrada e vai recebendo uma série de informações, que vem de lá de não sei onde, que mostram o seguinte, que sua personalidade, o que você acha que é, é na realidade sua arma de defesa. (…) E se descobre que, na melhor das hipóteses, o que chamamos de personalidade não passa de um lapso de memória".(Leonardo Fróes)


Ouvindo Frank Zappa -> Baixem aqui o Album Aprostrope..eu vou deixar o link aqui depois
Faloo PAZZ

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007



Orquídea

Minha pele se rasga da nuca ao cóccix
Dando liberdade a uma gigantesca lâmina
De cartilagem e penugem.
Meu peito se rasga
E dele sai em vôo tumultuando
Um enxame de vespas
Que zunem, zunem, zunem
Minhas veias ultrapassam o limite
Das pernas e se tornam raízes grossas
E firmes, que me prendem ao solo.
Nesse momento, meu tronco se solta
E alço vôo, com meus braços que já viraram asas
Do alto observo o bailar das nuvens
E o gorjeio dos automóveis
As penas das asas se soltam
Uma a umaTransformando-se em pétalas de orquídea
Que caem docemente pelo chão.


Texto Por Priscila de Andrade
Imagem Moscoso.

domingo, 18 de fevereiro de 2007




O vilarejo dos oráculos não estava lá muito melhor.

Haviam lhe dito que , ao procurar por um bom oráculo, o ideal era encontrar o oráculo que os outros oráculos frequentavam, mas ele estava fechado. "Nao sei mais de nada, tente aí ao lado - mas isso é uma sugestão, não um conselho formal de oráculo"

"Aí ao lado" era uma caverna a alguns metros. Fumaça e vapor subiam, de uma pequena fogueira e de uma panela de lata desgastada pendurada acima da fogueira. Saía um cheiro insuportável da panela, ou pelo menos deduzia-se isso. As bexigas dilatadas de algumas criaturas locais semalhantes a bodes estavam penduradas em um varal, secando ao sol, e o cheiro podia estar vindo dali. Havia também, preocupantemente próxima, uma pilha dos corpos descartados de criaturas semelhantes a bodes, e o cheiro poderia estar vindo dali.

Mas o cheiro também poderia tranquilamente estar vindo da senhora que estava ocupada espantando as moscas da pilha de corpos. Era do tamanho de uma tampinha de garrafa, com asas, e ela só tinha uma raquete de tênis de mesa. Parecia também ser meio cega. De vez em quando, por acaso, uma das suas pancadas enlouquecidas acertava uma das moscar com um safanão altamente satisfatório e a mosca zunia pelo ar, indo se estraçalhar na parede de rocha próxima á entrada da carverna.

Ela dava a impressão, pelo seu comportamento, de que sua vida girava em torno de momentos como aquele.

Assistiu áquela performance exótica por um tempo, mantendo uma distância educada, e depois finalmente tentou tossir discretamente para chamar a atençao da mulher. A tosse discreta em tom cortês infelizmente obrigou-o a inalar mais ar local do que havia feito antes até então e, por causa disso, ele teve um acesso de expectoraçao estridente e caiu de encontro á roca, engasgado e com o rosto coberto de lágrimas. Lutou para respirar, mas cada vez que inalava, a situação ficava pior. Vomitou, engasgou novamente, rolou sobre o próprio vomito, e finalmente, conseguiu ficar de quatro e se arrastou ofegante em direção a um ar um pouquinho mais fresco.

- Com lisença, Sinto muito, muitíssimo mesmo. Estou me sentindo um completa idiota e.. -

Apontou constrangido para pequena poça de seu próprio vomito espalha na entrada da caverna.- O que posso dizer? o que posso dizer numa situação como essa?

Aquilo, pelo menos, chamou a atenção da mulher. ela virou-se para ele, desconfiada, mas , por ser meio cega, teve uma certa dificuldade de distingui-lo na paisagem embaçada e rochosa.

Ele acenou, para ajudar.

- Olá! - disse ele

Finalmente ela o localizou, rosnou entre os dentes e voltou a dar pancadas nas moscas.
Estava terrivelmente aparente, julgando pela oscilação das correntes de arconforme ela se mexia, que a principal fonte de fedor era ela. As bexigas no varal, os corpos pestilentos e a sopa insalubre certamente contribuíam violentamente para a atmosfera geral, mas a principal fonte olfativa era a mulher em si.
Acertou outra pancada em uma das moscas. ela se despedaçou contra a rocha e esvaiu-se em um filete liquido.
Vacilante, ele ficou de pé e se limpou com um punhado de grama seca. Não sabia mais o que fazer para anunciar sua presença. Chegou a pensar em ir embora de fininho, mas não achou de bom tom deixar um motinho de vomito na frente da casa dela. pensou no que podia fazer a respeito. começou a colher mais punhados da grama seca aqui e ali. Mas estava com medo de se aproximar do vomito e , em vez de limpar, aumentar mais a poça.

Art by Robert Venosa with Steven Miller
Texto por Douglas Adams

*** ouvindo Frank Zappa - Dont eat the yellow snow

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Iniciando aqui

Sim, temos sempre que começar novamente.
Nunca paramos de iniciar.
O fim nunca chega,
a morte é apenas o inicio de um novo ciclo.
Não existimos, apenas vivemos,
e está sempre acontecendo.

Então, começo aqui com um texto do Claudio Willer
retirado do seu livro Estranhas experiências,
poeta e ensaísta Brasileiro.



Anotações de viagem

1

MEIO-DIA

a Terra respira
formigas transitam por suas nervuras
arabesco de pássaros
pontuam o pausado discurso das nuvens
só existe o espaço
a paisagem lacustre
que agora cobre una cidade submersa
e sem saber por que vim parar aqui
o que me trouxe a esta fronteira de lugares e sensações
entro n'água
a claridade me leva á deriva
flutuo no amploe
mbebido no dia mais que morno
sei-me hóspede de quem tenho sido
(a surpefície do lago
se desmancha no movimento dos círculos concênctricos)